sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Equipa de RVCC-NS




Equipa de RVCC-NS (da esquerda para a direita):
·         Isabel Lopes – Formadora de CP/CLC
·         Ana Clorinda Almeida – Formadora de STC
·         Pedro Leiroa – Profissional de RVC
·         Maria Paula Diz – Profissional de RVC
·         José Manuel Rodrigues – Profissional de RVC
·         Maria Adélia Silva – Formadora de CLC
·         Maria Eduarda Luz – Formadora de CP/STC


CNO da Eça de Queirós - 25º Júri de Certificação NS - 21/12/2011

CNO da Eça de Queirós - 57º Júri de Certificação NB - 19/12/2011

Jantar de Homenagem à Dra. Manuela Alcobia

Restaurante "O Páteo" - 18/11/2011









sexta-feira, 16 de dezembro de 2011


Não existem limites para os nossos sonhos, basta acreditar.

Boas Festas!

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

sábado, 12 de novembro de 2011

Jantar de Homenagem à Dra. Manuela Alcobia

18/11/2011 - 20h00


Restaurante “O Páteo”
Rua do Açúcar, nº 54
1950-009 Lisboa
(http://www.pateo-restaurante.com/pateo.html)

Inscrições até 16/11/2011 (4ª feira):
- no Centro Novas Oportunidades;
- ou na Sala de Professores.

Os professores que neste momento se encontram aposentados deverão contactar a Direção.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

200 Países, 200 Anos

O médico Hans Rosling mostra a história do desenvolvimento do planeta nos últimos dois séculos, transformando estatísticas em animação gráfica interativa.

sábado, 29 de outubro de 2011

Nós, Portugueses - Telefones e Internet

Nós, Portugueses - Carrinho

Nós, Portugueses - Uma Casa Portuguesa

Nós, Portugueses - Uma Família Portuguesa

Nós, Portugueses - Empresas: Lucros e Prejuízos

Nós, Portugueses - Empresas e Rendibilidade

Nós, Portugueses - Dinamismo Empresarial

Nós, Portugueses - Empresas onde Trabalhamos

Nós, Portugueses - Empresas

Nós, Portugueses - Pensões e Pensionistas

Nós, Portugueses - Subsídios

Nós, Portugueses - Despesas Públicas em Remunerações

Nós, Portugueses - Funcionários Públicos

Nós, Portugueses - Contas do Estado

Nós, Portugueses - Economia Portuguesa

Nós, Portugueses - Ricos e Pobres

Nós, Portugueses - PIB

Nós, Portugueses - Importações e Exportações

Nós, Portugueses - Impostos

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O que é um processo de RVCC?



Um processo de RVCC é sempre desenvolvido num Centro de Novas Oportunidades e baseia-se num conjunto de pressupostos metodológicos (balanço de competências, abordagem autobiográfica) que permitem a evidenciação de competências previamente adquiridas pelos adultos ao longo da vida, em contextos formais, informais e não-formais, e no qual desenvolve a construção de um Portefólio Reflexivo de Aprendizagens orientado segundo um Referencial de Competências-Chave.

Estes processos organizam-se em três eixos estruturantes: reconhecimento, validação e certificação. Sempre que detetadas lacunas em termos de competências evidenciadas pelos adultos face ao Referencial do nível de certificação para que se candidataram, serão desenvolvidas ações de formação complementar baseadas nas áreas de Competências-Chave dos respetivos Referenciais.


Reconhecimento de competências


Na etapa de reconhecimento, o adulto identifica as competências adquiridas ao longo da vida através do recurso à metodologia de balanço de competências.

Esta etapa inicia-se com a apresentação:
• do processo de RVC (introdução aos conceitos utilizados em RVC, explicação do que é a metodologia de balanço de competências, definição dos patamares de chegada para a certificação, clarificação da distinção entre o RVC e percursos de escolarização);
• dos intervenientes;
• das metodologias de trabalho possíveis;
• da duração previsível do processo;
• e do trabalho que se espera que o adulto desenvolva de forma autónoma.


A seguir deve dar-se início à descodificação do Referencial de Competências-Chave (nível básico ou nível secundário). Este trabalho é desenvolvido pelos profissionais de RVC e pelos formadores que, para o efeito, organizam sessões de trabalho individuais, em pequenos grupos e/ou em grupos alargados de adultos.

De seguida, os profissionais de RVC iniciam as sessões de balanço de competências com os adultos, de forma individual, ou em pequenos grupos. As sessões baseiam-se na mobilização de um conjunto de instrumentos, em função das experiências significativas e dos interesses específicos da cada adulto.

Toda a atividade desenvolvida vai resultando na construção/ reconstrução do Portefólio Reflexivo de Aprendizagens (PRA) do adulto de forma mais ou menos apoiada pela equipa técnico-pedagógica, consoante a autonomia que cada um destes revele.
A equipa técnico-pedagógica deve assegurar que o PRA de cada adulto obedece a um mesmo padrão de exigência relativamente à tipologia de comprovativos aí constantes, sem deixar, contudo, de espelhar a especificidade que resulta do percurso e da experiência individual de cada adulto.

Os conteúdos do PRA devem ser um reflexo direto das competências que o adulto detém e, se necessário, incluir registos da equipa técnico-pedagógica que explicitam a forma como determinados comprovativos aí incluídos permitem evidenciar as competências constantes nos Referenciais.

À medida que o PRA se vai consolidando, a equipa técnico-pedagógica, juntamente com o adulto, vai estabelecendo correlações entre esse instrumento/produto e o Referencial de Competências-Chave.

No âmbito do reconhecimento de competências, pode ainda haver lugar ao desenvolvimento de formações complementares, no Centro Novas Oportunidades, cuja duração não deve ultrapassar as 50 horas/adulto.

A evolução do processo de reconhecimento e, em particular, as conclusões que a equipa técnico-pedagógica vai tirando relativamente às competências que podem ou não ser validadas, devem ser comunicadas ao adulto, à medida que as sessões forem decorrendo, em momentos específicos para o efeito ou no decorrer do balanço de competências.


Validação de competências


A etapa de validação de competências centra-se na análise e avaliação do PRA do adulto, face ao Referencial de Competências-Chave, identificando as competências a validar e a evidenciar/desenvolver através da continuação do processo de RVCC ou de formação a realizar. Esta etapa envolve o trabalho de toda a equipa técnico-pedagógica.


Certificação de competências


Esta etapa corresponde ao final do processo de RVCC, quando estão reunidas as condições necessárias à obtenção de uma habilitação escolar ou de uma qualificação.

A certificação de competências realiza-se perante um Júri de Certificação constituído pelo profissional de RVC, pelos formadores e pelo avaliador externo ao processo de RVCC de cada adulto e ao Centro Novas Oportunidades.


Plano de Desenvolvimento Pessoal


Esta etapa consiste na definição de um Plano de Desenvolvimento Pessoal para cada adulto certificado pelo Centro Novas Oportunidades, tendo em vista a continuação do seu percurso de qualificação/aprendizagem ao longo da vida após o processo de RVCC.

Este Plano toma forma na definição do projeto pessoal e profissional do adulto, com a identificação de possibilidades de prosseguimento das aprendizagens, de apoio ao desenvolvimento de iniciativas de criação de autoemprego e/ou de apoio à progressão/reconversão profissional.

sábado, 8 de outubro de 2011

Quem Somos?


O Centro Novas Oportunidades acolhe diariamente todos os adultos que pretendem melhorar as qualificações escolares e profissionais, tentando encontrar, para cada um, a resposta mais adequada de acordo com o seu perfil, experiência de vida e projetos futuros.

Assim, o trabalho desenvolvido tenta assegurar as condições necessárias à qualificação e certificação desses adultos através de uma informação e acolhimento personalizados e esclarecedores, de encaminhamentos adequados e negociados, de formações complementares necessárias e de aconselhamento para percursos de qualificação/aprendizagem subsequentes.

Deste modo, o Centro desenvolve uma oferta interna de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC) de nível básico e secundário e, em articulação com o Agrupamento de Escolas Eça de Queirós, sugere encaminhamentos para outras alternativas - Programa de Formação em Competências Básicas, Cursos de Educação e Formação de Adultos (Cursos EFA), Ensino Secundário Recorrente por Módulos Capitalizáveis, Formações Modulares e vias de conclusão do nível secundário de educação, ao abrigo do DL 357/07 de 29 de outubro.

O Processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC), que constitui a oferta interna do Centro, assenta em três grandes pressupostos:
• Valorizar conhecimentos e competências adquiridos ao longo da vida em contextos formais, não-formais e informais.
• Assegurar a certificação escolar de nível básico e secundário.
• Incentivar percursos de educação e formação.

O reconhecimento e a valorização dos adquiridos ao longo da vida constituem um importante motor de novas dinâmicas formativas, contribuem para a elaboração de novos projetos, abrem caminho para novas oportunidades.

Este processo pressupõe a identificação e a explicitação das experiências vividas pelo adulto e as aprendizagens daí decorrentes, reforçando, deste modo, a sua autoestima e a sua auto-confiança.

Na reflexão que este processo implica, os adultos ganham consciência das suas conquistas, mas também de lacunas de conhecimentos, que tentam ultrapassar, através de Formação Complementar e/ou Formações Modulares.

Pretende-se que os adultos se sintam, no fim do processo, mais capazes e confiantes para enfrentarem as múltiplas mudanças em curso na sociedade contemporânea, com a consciência de que há sempre mais a aprender, de que tudo tem de ser conquistado, de que, muitas vezes, é necessário recomeçar, com coragem e determinação, acreditando que todos somos capazes de dar um novo rumo às nossas vidas, dando tudo o que somos naquilo que fazemos.

domingo, 18 de setembro de 2011

Grandes Livros


GRANDES LIVROS é uma série de 12 documentários, com 50 minutos cada, narrados por Diogo Infante que pretende contribuir para a promoção da leitura das grandes obras da literatura portuguesa junto de todas as faixas etárias de falantes de português. Cada episódio conta com a participação dos principais especialistas na obra e/ou no autor em análise.

O conceito GRANDES LIVROS assenta na análise da obra mais emblemática de um escritor português: a estória, o contexto histórico, a importância que teve/tem, a história do autor. A seleção obedece ao seguinte critério: um livro por autor; autores portugueses falecidos; obras passíveis de serem abordadas em televisão e apelarem a uma grande faixa da população.


Episódio 1: Os Maias, Eça de Queirós

A história de uma família portuguesa, em finais do século XIX, tornou-se uma das obras mais consagradas a nível mundial. Do punho de Eça de Queirós, numa escrita realista que apontava todos os “podres” dos protagonistas, seguimos os Maias. Nas figuras do patriarca Afonso, do traído Pedro e do diletante Carlos apresentam-se três gerações de uma família de elevado estatuto nas lides lisboetas.

O palácio do Ramalhete, o Teatro da Trindade e Sintra são alguns dos palcos da ação. Nestes lugares desfilam personagens-tipo de um tempo “queirosiano”: mulheres fatais, políticos corruptos, jovens utópicos que assumem um papel de mudança no futuro do país, para, no fim, nada terem feito.


Os Maias from Companhia de Ideias on Vimeo.


Episódio 2: Peregrinação, Fernão Mendes Pinto

Na «Peregrinação» o autor narra a sua vida, de aventuras e desventuras, e as suas viagens pelo Oriente, ao longo de 21 anos, em relatos de enorme riqueza, com descrições muito pormenorizadas dos povos, das línguas e das terras por onde passou. Estas descrições revelam uma enorme admiração e fascínio pela grandiosidade dessas civilizações. Chega, inclusive, a recorrer a personagens orientais para tecer críticas à cobiça e ambição dos mercadores e militares ocidentais. Por outro lado, no Ocidente da época ninguém acreditava que o Oriente fosse assim tão rico e tão diferente quanto a tradições culturais. Por estes factos, o autor é acusado por muitos de exagero, tendo ficado célebre o dito popular «Fernão, Mentes? Minto!» Hoje é consensual o valor histórico e literário da sua obra, feita de elementos verídicos e de ficção. Suspeita-se que algumas partes dos seus escritos tenham sido destruídas pelos Jesuítas aquando da Inquisição.

À época da sua publicação, «Peregrinação» torna-se um sucesso, um pouco por toda a Europa, pelos conhecimentos amplos sobre o Oriente. Nos anos seguintes, teve dezanove edições, em seis línguas.


Peregrinação from Companhia de Ideias on Vimeo.


Episódio 3: O Delfim, José Cardoso Pires

Portugal, anos 60. Sem saber como, um livro escapou às teias da censura e mostrou um país podre, cheio de senhores feudais que dominavam o seu território com punho de ferro. Um deles é o senhor Engenheiro Tomás da Palma Bravo. Ou o Infante, o Delfim, como lhe chamavam os habitantes da Gafeira ou as prostitutas de Lisboa que ele visitava com frequência. Mas voltemos ao livro.

Em 1968, José Cardoso Pires lançava ao público O Delfim, um policial, um retrato de costumes, uma alegoria do Portugal minado pelo regime salazarista. Existe um crime, duas mortes e uma investigação levada a cabo por quem nos narra a história. Alguém que já conheceu os intervenientes na tragédia, alguém que ouviu o Infante falar de mulheres e de traição. Alguém que, numa busca constante, não nos revela qualquer culpado.

E depois, como o epicentro de uma comunidade que sobrevive das bênçãos de um déspota isolado, que renega a mulher estéril que mantém prisioneira em casa, surge a imagem misteriosa da Lagoa da Gafeira. Dono desse pedaço de água, onde o detetive parece ouvir latidos sombrios de um mastim negro de dentes arreganhados, Tomás da Palma Bravo descobriu Maria das Mercês. A mulher que, não se tem a certeza, cometeu adultério com o preto e maneta Domingos, surge a boiar na Lagoa, é enterrada como “puta” e assombra as páginas deste livro imenso.


O Delfim from Companhia de Ideias on Vimeo.


Episódio 4: Os Lusíadas, Luís de Camões

É só um dos versos mais conhecidos da literatura portuguesa: “As armas e os barões assinalados…” Linha de abertura da maior epopeia literária, a obra-prima de Luís Vaz de Camões, o grande poema português.

Publicado em 1572, este livro é constituído por dez cantos, dez partes que narram os feitos históricos dos portugueses. Através da viagem marítima de Vasco da Gama para a Índia e das aventuras dos marinheiros nas Descobertas são entrelaçados os mitos, as figuras e os momentos que definem a História de Portugal.

Inês de Castro, D. Afonso Henriques, Nuno Álvares Pereira e tantos outros passeiam pelas estrofes e compõem um quadro grandioso de exaltação dos descendentes de Luso, os portugueses.

Na linha das epopeias clássicas, tais como a Odisseia ou a Eneida, a obra está dividida em quatro partes: Proposição, Invocação, Dedicatória e Narração. As três primeiras condensam-se no Canto I, com o maior excerto a mencionar D. Sebastião, o jovem rei a quem a obra foi dedicada.

Polémicas à parte, e se contarmos que o livro foi aprovado pelos censores do Santo Ofício, braço-direito da Inquisição, mesmo com as lascivas descrições do episódio da “Ilha dos Amores”, este continua a ser um dos textos mais importantes da literatura portuguesa.

O Velho do Restelo ou o gigante Adamastor, mais que figuras míticas de um poema, já se tornaram referências desta cultura que é a nossa… e que Camões cantou.


Lusíadas from Companhia de Ideias on Vimeo.


Episódio 5: Amor de Perdição, Camilo Castelo Branco

Publicado em 1842, e se crermos nos testemunhos escritos de Camilo, o livro foi escrito nos “catorze dias mais tormentosos” da sua vida. Preso na Cadeia da Relação do Porto por ter “copulado com mulher alheia”, a sua Ana Plácido, o autor buscou na sua genealogia a inspiração para esta versão portuguesa de “Romeu e Julieta”. O seu tio Simão havia conhecido os calabouços daquela prisão e também “amou, perdeu-se e morreu amando”.

Num leque de personagens-tipo do Romantismo, Camilo desenhou um drama intemporal, com morte, devaneios, belíssimas cartas que extravasam os sentimentos do jovem casal apaixonado e duas famílias rivais que não toleram o romance. Com o auxílio de João da Cruz, de sua filha Mariana e de outras figuras de destaque, a intriga, a desgraça e o amor negado percorrem as páginas desta obra. No fim, só a morte permite que eles se encontrem, finalmente, juntos.


Amor de Perdição from Companhia de Ideias on Vimeo.


Episódio 6: Navegações, Sophia de Mello Breyner

Navegações é o décimo primeiro livro de poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen – a primeira edição foi publicada, em 1983, pela Imprensa Nacional Casa da Moeda. Os poemas que o integram surgem na sequência de um convite, endereçado pelo Conselho da Revolução, para a participação na Celebração do Dia de Camões, em Macau (1977).

Nessa primeira viagem que faz ao Oriente, Sophia deslumbra-se com a beleza, as cores e a cultura daquelas paradisíacas paragens. No discurso proferido aquando da entrega do Prémio do Centro Português da Associação de Críticos Literários (1984), Sophia recorda as primeiras impressões que teve daquele território, ainda a bordo do avião, em pleno voo sobre o Vietname: “Pensei naqueles que ali chegaram sem aviso prévio, sem mapas, ou relatos, ou desenhos ou fotografias que os prevenissem do que iam ver. Escrevi os primeiros poemas simultaneamente a partir da minha imaginação, desse primeiro olhar, e a partir do meu próprio maravilhamento.” Aliás, a autora reconhece que “à medida que os poemas iam surgindo ia-se decidindo em mim a vontade de os editar ao lado dos mapas da época, os mapas onde ainda é visível o espanto do olhar inicial, o deslumbramento perante a diferença, perante a multiplicidade do real, a veemência do real mais belo que o imaginado (…)”.

Em «Navegações» os Descobrimentos e os descobridores portugueses são invocados e revisitados. E o mar é o elemento decisivo, central, que possibilita o conhecimento intemporal. “Para mim o tema das Navegações não é apenas o feito, a gesta, mas fundamentalmente o olhar, aquilo a que os gregos chamavam aletheia, a desocultação, o descobrimento. Aquele olhar que às vezes está pintado à proa dos barcos.”


Navegações from Companhia de Ideias on Vimeo.


Episódio 7: Sermão de Santo António aos Peixes, Padre António Vieira

Pregado no Maranhão (Brasil), a 13 de junho de 1654, o Sermão de Santo António aos Peixes é um dos textos mais conhecidos de padre António Vieira. Após a restauração da independência de Portugal face à coroa espanhola (1640), o sacerdote vem a Lisboa interceder junto do rei para que fossem criadas leis que garantissem um conjunto de direitos básicos aos índios brasileiros, vítimas da exploração e da ganância por parte dos colonos brancos.

Organizado em seis capítulos, o sermão divide-se em três partes: o Exórdio (Cap. I); a Exposição e a Confirmação (Cap. II, III, IV e V); e a Peroração (Cap. VI).

No Exórdio, Padre António Vieira apresenta o conceito predicável – “Vós sois o sal da Terra” – e explica as razões pelas quais a terra está tão corrupta. E levanta várias hipóteses: ou a culpa está no sal (pregadores), ou na terra (ouvintes). Se a responsabilidade está no sal, é porque os pregadores não pregam a verdadeira doutrina, ou porque dizem uma coisa e fazem outra, ou porque se pregam a si e não a Cristo. Se a culpa está na terra, é porque os ouvintes não querem receber a doutrina, ou antes imitam os pregadores e não o que eles dizem, ou porque servem os seus apetites e não os de Cristo.

Parte do princípio que a terra está corrupta e que a culpa é dos ouvintes. Consegue isto, uma vez que o sermão é proferido no dia de Santo António, aproveitando assim o exemplo deste. Santo António não obteve resultados da sua pregação e os homens até o quiseram matar, mas em vez de desistir resolveu pregar aos peixes. Vendo-se nessa posição, padre António Viera resolve seguir o exemplo inspirador do seu homónimo canonizado.


Sermão de Santo António aos Peixes from Companhia de Ideias on Vimeo.


Episódio 8: Aparição, Vergílio Ferreira

Um homem chega a Évora… e nada será igual. Alberto Soares traz a dor recente da morte do pai, as dúvidas sobre a sua própria existência e a ignorância sobre a vida pacata da branca cidade alentejana. A partir desta chegada sombria, do início das aulas no liceu, dos conhecimentos que trava no ano que lá passa, desenrola-se a questionação do papel do homem.

Vergílio Ferreira continuou neste livro a sua “quase” obra única: uma espécie de manifesto existencialista, de eterna colocação de perguntas sobre a função da humanidade neste território e da ausência de um deus que amenizasse a não-descoberta.

Publicado em 1959, Aparição permanece um dos romances mais importantes do século XX português. O quadro que pinta da cidade alentejana, das suas gentes e dos seus costumes continua a fazer sentido e a encontrar semelhanças com a atualidade. Vergílio Ferreira também lecionou em Évora e os paralelismos autobiográficos sucedem-se, numa interligação com o papel de difusor de uma mensagem transcendental que Alberto desempenha. Em redor, a compor a moldura, temos Bexiguinha, Ana, o Doutor Moura, a Madame, o Bailote, a Cristina e uma Sofia que não cabe naquela época, tudo personagens que se imiscuíram na literatura e se repercutem na realidade.

Afinal, a questão continua cada vez mais presente: quem sou eu?


Aparição from Companhia de Ideias on Vimeo.


Episódio 9: Livro do Desassossego, Fernando Pessoa

O «Livro do Desassossego» resulta da junção de textos avulsos encontrados no espólio de Fernando Pessoa. Bernardo Soares é o autor – embora algumas edições atribuam a coautoria do livro a Vicente Guedes, um outro “eu” de Pessoa. A organização desses escritos, fragmentados em folhas soltas – muitas delas incluindo as iniciais L. do D. –, deu origem a edições distintas do «Livro do Desassossego», que variam consoante os critérios utilizados pelo editor. A primeira data de 1982 – quase 50 anos após a morte de Pessoa. Alguns autores defendem a publicação – “ideal” – do «Livro do Desassossego» em versão folhas soltas, sem encadernação, o que, segundo os mesmos, permitiria manter a ideia original de Pessoa, deixando a cargo do leitor o encadeamento da leitura.

O «Livro do Desassossego» assemelha-se a um diário, a um blogue. Baseia-se em anotações fruto das vivências, interrogações ou reflexões. Esta característica torna o livro singular, já que não tem uma narrativa definida, com princípio, meio e fim. Esse facto não diminui a obra de Pessoa, antes pelo contrário. Imprime-lhe, reconhecidamente, um fulgor, apenas ao alcance dos grandes mestres da escrita.


O Livro do Desassossego from Companhia de Ideias on Vimeo.


Episódio 10: Sinais de Fogo, Jorge de Sena

O verão de 1936 ficaria marcado pelo eclodir da Guerra Civil Espanhola. Na Figueira da Foz, que era amplamente frequentada por turistas espanhóis, o impacto desse trágico momento foi profundo.

A cidade, as praias e aqueles que todos os anos escolhiam a Figueira como destino de férias, a guerra apanhou todos desprevenidos e a adaptação a essa realidade não seria fácil, num país em que a ditadura salazarista grassava.

Jorge foi para a casa dos tios aproveitar o tempo livre de aulas e reencontrar os seus amigos de todos os verões, numa atmosfera separada da Lisboa que deixava para trás. Nos cafés da cidade explodem discussões entre franquistas e radicalistas espanhóis, o tio mantém dois clandestinos em casa e as amizades estão diferentes. Rodrigues, Ramos, Macedo e a bela Mercedes já não são os mesmos do ano anterior. Ou será Jorge que está a mudar? Entre a descoberta da sexualidade e a entrada na idade adulta, num território que sente próxima a guerra que decorre além fronteira, os episódios são-nos narrados pelo jovem lisboeta, na primeira pessoa, numa auto-descoberta por vezes cruel.

Esta obra é parte do grande projeto de ficção (Monte Cativo) que Jorge de Sena nunca chegou a acabar, e mesmo a sua publicação foi póstuma. As cenas descritas, as palavras usadas, as dúvidas presentes ainda hoje provocam reações apaixonadas e, ao longo da leitura, surge sempre uma comparação entre o escritor e aquele (também) Jorge que, entre fogos acesos, se descobre poeta.


Sinais de fogo from Companhia de Ideias on Vimeo.


Episódio 11: Viagens na Minha Terra, Almeida Garrett

Publicada em 1846, a obra Viagens na Minha Terra continua a ser um texto de difícil definição. Exemplo magistral do talento de Almeida Garrett, este livro condensa vários estilos literários e um dos retratos mais realistas do Portugal do século XIX. Narrativa de viagens, manifesto político, crónica jornalística, romance, tudo cabe dentro nestas páginas.

A “história” começa com a partida de Lisboa de um sujeito-narrador (identificado como Almeida Garrett) rumo a Santarém, para uns dias de descanso na casa de seu amigo Passos Manuel. A partir daqui, e com descrições esplendorosas de certas áreas de Lisboa que hoje já não se descobrem, o narrador segue o seu trajeto… de barco, de charrete e até às costas de um simpático burrico. Enquanto viaja, também a sua mente vagueia pelo passado, pelo presente e pelo futuro. São estas as outras “Viagens” que o título aponta: um olhar sobre o Portugal de oitocentos, sobre a sociedade nacional, sobre a política corrupta, sobre o desencanto final do liberalismo. Entre as observações surge um paradoxo inesquecível: os “frades” e os “barões”, quais Sancho Pança e Dom Quixote lusitanos, que, entre si, tomam as rédeas do país e incutem o progresso. Os “frades” representam o conservadorismo, a tradição, os velhos e inquebráveis costumes. Os “barões” são os acomodados, os antigos lutadores que, abdicando dos seus ideais, se entregam ao vício, ao diletantismo e à preguiça da demagogia. Um sem o outro não existem, um sem o outro não fazem o país caminhar.

Mas há muito mais nas páginas de “Viagens na Minha Terra”.


Viagens na Minha Terra from Companhia de Ideias on Vimeo.


Episódio 12: Mau Tempo no Canal, Vitorino Nemésio

Mau Tempo no Canal é um romance trabalhado desde 1939 e publicado em 1949.

A ação decorre nas ilhas do Faial, Terceira, Pico e na ilha de São Jorge entre 1917 e 1919 e retrata a sociedade açoriana, mais concretamente, a sociedade estratificada da cidade da Horta, local onde decorre a intriga principal e onde Vitorino Nemésio se encontra nesta altura da sua vida.

O livro começa com um namoro entre Margarida, filha de uma família aristocrática à beira da falência, e João Garcia – filho de Januário, pequenos burgueses com talento para o negócio mas escorraçados pelos primeiros, os Clark/Dulmo.

O pai abusivo de Margarida, Diogo, propõe-lhe que case com o tio Roberto, que virá de Londres e que, rico ainda, poderá salvar da desgraça os fidalgos arruinados seus parentes. Entretanto, Januário, pai de João, congemina vinganças contra os Clark/Dulmo que tanto o despeitaram...

Literalmente pelo meio, está o canal do título, o braço de mar que divide as ilhas do Faial e do Pico, que divide os proprietários e novos-ricos da Horta dos pobres, populares e simples baleeiros do Pico, com quem Margarida dialoga na mesma pronúncia, no mesmo sotaque, ao longo do romance.


Mau Tempo no Canal from Companhia de Ideias on Vimeo.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Reencontro

A Profissional de RVC-NS e a Técnica de Diagnóstico e Encaminhamento (08/04/2011).


“Todas as riquezas do mundo não valem um bom amigo.” - Voltaire

domingo, 24 de julho de 2011

Trabalho em Equipa

O Coordenador, a Assistente Técnica e a Técnica de Diagnóstico e Encaminhamento (03/06/2011).


“Nenhum de nós é tão inteligente quanto todos nós juntos.” - Warren Bennis

CNO da Eça de Queirós - 53º Júri de Certificação NB - 22/07/2011

CNO da Eça de Queirós - 23º Júri de Certificação NS - 20/07/2011

CNO da Eça de Queirós - 22º Júri de Certificação NS - 15/07/2011

Formação Complementar – 2010/2011

Escola Secundária de Eça de Queirós - 14/07/2011

Agradecimento dos Candidatos RVCC-NS à Formadora de CP/STC, Dra. Eduarda Luz.
  

CNO da Eça de Queirós - 52º Júri de Certificação NB - 01/07/2011